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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

um pouquinho da vida 'normal'. =]

Gosto muito de escrever, mas ultimamente não tenho sentido essa vontade, a não ser quando estou com raiva ou precisando desabafar.
Mas, minha irmã pediu que eu escrevesse e, cá estou, pensando em algo construtivo pra vocês, que não fuja do meu dia a dia, por que, afinal, o blog é meu e a vida é minha. rs

Minha rotina com o meu special boy:

Bem, o Marcus não é a criança mais difícil do mundo; pelo contrário, as vezes penso que ele é mais fácil que as crianças 'sem problemas'. Ele é carinhoso, carismático, gosta de estar rodeado de gente, não sente medo de quase nada, não faz muita birra, não tenta 'mandar' em mim (como vejo as crianças de quase 5 anos hoje em dia fazerem - com a família e com a pobre da au pair), me respeita, me ama. :)
Ele tem alguma dificuldade em manter o foco nas coisas, por isso é um trabalho intenso com ele em tudo quanto é atividade - para se vestir sozinho, por exemplo. Ele não tem a coordenação motora fina bem desenvolvida, o que significa que é hard work em cima dele nesse aspecto também - que pra mim não é nenhum big deal.
Portanto, eu acompanho a Ocupational e a Speech Therapy dele, entre outras atividades e presto muita atenção para repetir em casa. As doutoras me ensinam com todo carinho do mundo, são muito queridas. So what? Tenho aprendido horrores. Meu inglês aqui vai ficar 100%, agora vai! rs. E o trabalho com o Marcus vai além da 'nanny', isso é o que me faz muito mais feliz.
E, como toda educadora, vejo em tudo isso oportunidades! Em março, vou fazer um curso na Universidade de Stanford (pouco chique) de educação especial, e creio que vai me abrir muitas portas - na minha mente e no Brasil! NUNCA havia passado pela minha cabeça trabalhar com necessidades especiais (embora eu ache que o Marcus está muito além de ter necessidade especial, ele é o MEU special boy! sz), e olha só o que a vida coloca diante do meu nariz? =)

Começo com ele às 9:00 am, às 12:30 pm ele vai pra escola; às 3:45 pm eu o busco e fico off às 6:00 pm. Fim de semana off.
Brincamos, fazemos exercícios das terapias, dançamos, comemos, fazemos tudo nesse tempo juntos. E eu não vejo a hora de o verão chegar pra ir pra piscina todo dia e pra praia com ele toda sexta feira (por que ele não tem aula às sextas)! *-*
Meu host disse que ele ADORA e que eu vou fazê-lo feliz! hahaha sério? Então tá, ele feliz, eu feliz, todo mundo feliz! =D

Aqui nessa família não tem miséria, gente. Pelo contrário. Já engordei uns 2 kg desde que cheguei aqui. hahaha... e fez só um mês. =S
Tenho meu cartãozinho do mercado, ponho gás no cartão de crédito, não gasto um centavinho dos meus dólares pra comprar MM's ou qualquer bobagem que eu queira comer; pizza, comida congelada, fast food - Mc, Panda, Chipotle, Starbucks, whatever.
Sou membra FAMILIAR da YMCA, ou seja, não pago nada. rs.
Essa era a vida que eu pedi a Deus. rs...

Querem saber qual foi a melhor coisa que me aconteceu nos EUA??? O REMATCH! hahaha...
Só sinto falta dos meus amigos de DC.
E da minha família e amigos do BR, sempre.

De resto, tô sendo feliz aqui! :)

E era isso, por hoje.


espero que tenham gostado.
Mãe, te amo!!!


Ah, uma coisinha a mais: Tô indo passar o ano novo em Hollywood, benhê. ;

beijim ;)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Recomeçar - num rematch.

Pra quem quer saber qual é a sensação de recomeçar, passar por um processo de rematch, digo em algumas palavras: é toda aquela loucura de novo.
É a adaptação com a nova casa, com a nova cidade e a nova família; é deixar os amigos que você fez para trás, os lugares que você gostava de ir pra um dia, quem sabe, voltar (tipo NYC), enfim.
Mudar não é fácil.
E quem disse que seria?
Só sei que, por vezes me arrependo de ter saído de DC, em contrapartida, penso que foi a melhor coisa que podia ter me acontecido. Em primeiro lugar, pela nova família, que é realmente muito boa comigo! Tem seus problemas, como qualquer família terá, mas é muuuuuuito melhor do que aquela com a qual eu já estava acostumada!
E a grande ironia da vida é: a gente se acomoda. E, com o pior.
Por que, apesar de tudo, eu estava acostumada a viver com aquela Host louca, tendo que comprar minha comida e não ter amizade nenhuma com ela - que passava o dia inteiro comigo.
Ser au pair é uma loucura, mas passar por um rematch é mais loucura ainda. rs
Se dispor a recomeçar, de sua própria vontade (sim, por que é uma decisão - eu podia ter voltado para o meu país, por exemplo) é um ato de muita coragem.
Agradeço a Deus pela ex família ter pedido o rematch por mim... E hoje, admiro muito mais as meninas que tem que ter a força de vontade de pedi-lo, como a Natália Oliveira, minha amiga de Treinamento. rs...
E, como todo o começo é difícil - por que, acima de tudo, é um processo interno -, esse também está sendo, e a dificuldade vai passar. Eu vou acostumar, eu sei.
Mesmo por que, agora não passo fome, rs. Tenho o cartão de crédito pra comer o que quiser, a hora que quiser, meu carro, meu celular, enfim. Eu vou acostumar.
Mas, que é um processo delicado, dentro da gente, isso é.
Principalmente, falando por mim, já passei por uma frustração. Ninguém escolhe a "família dos sonhos" no Brasil pensando que pode não dar certo. Há sempre expectativas ótimas - e só.
O grande erro do programa é não avisar a gente de que tuuuuudo isso pode acontecer. Ninguém nos alerta, dizendo: escolha MUITO BEM sua família ainda em seu país. Vai ser muito mais difícil se vocês não funcionarem LÁ.

Por isso, a gente cresce tanto, aqui.
É muito mais que trabalhar, morar e comer na casa dos seus patrões.
É estar sozinha, sem poder pegar um ônibus - ou um avião, baratinho que fosse -, pra passar um final de semana ou feriado ao lado dos seus amigos e família.
É um teste de resistência, de maturidade, pra ver o quanto você é forte, pra testar o quanto você cresceu e consegue lidar com seus próprios desafios sem ligar desesperada para a sua mãezinha, a cada frustração.
É negada, isso aqui é vida real.
Estejam com o pé no chão. Vocês vão crescer, e muito!

E apesar de tudo isso, tenho a ousadia de dizer:
Vivi os quatro meses mais deliciosos da minha vida, aqui. :)
E estou vivendo!

So, let's enjoy it! ;)

beijoos,
C.


p.s.: mãe, te amoooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!

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